FATEF- FACULDADE DE APLICAÇÃO DE TEOLOGIA E FILOSOFIA
TRABALHO DE HEBRAICO
A INFLUÊNCIA DA SEGUNDA DIÁSPORA DOS
JUDEUS PARA O HEBRAICO BÍLBICO
DIÁSPORA
JUDAICA
O QUE FOI A DIÁSPORA JUDAICA ? (no hebraico tefutzah,
"dispersado", ou גלות galut "exílio"): refere-se a
diversas expulsões forçadas dos judeus pelo mundo e da consequente formação
das comunidades judaicas fora do que hoje é conhecido como Israel, partes do Líbano e Jordânia (por
dois mil anos).
PRIMEIRA DIÁSPORA
De acordo
com a Bíblia, a Diáspora é
fruto da idolatria e rebeldia do povo de Israel e Judá para
com Deus, o que fez com que este os tirasse
da terra que lhes prometera e os dispersasse pelo mundo até que o povo de
Israel retornasse para a obediência a Deus,
onde seriam restaurados como uma nação soberana e senhora do mundo.
Geralmente
se atribui o início da primeira diáspora judaica ao ano de 586 a.C.,
quando Nabucodonosor II —
imperador babilônico — invadiu o Reino de Judá, destruindo a Jerusalém, e o Templo; e
deportando os judeus para a Mesopotâmia. Mas esta dispersão se inicia antes,
em 722 a.C., quando o reino de Israel ao norte é destruído pelos Assírios e
as dez tribos de Israel são
levadas como cativas à Assíria e Judá passa a pagar altíssimos impostos para
evitar a invasão, o que não será possível negociar com Nabucodonosor II.
DIÁSPORA NA BABILÔNIA
Com a
conquista de Judá cerca de quarenta mil judeus
foram deportados para a Babilônia, onde floresceram como
comunidade e mantiveram suas práticas e costumes religiosos, associados a
outros costumes herdados dos babilônios. A assimilação fez com que o hebraico perdesse sua importância em
função do aramaico que tornou-se a língua comum.
Com a queda do poder babilônico e a ascensão do imperador persa Ciro I, este permitiu que algumas comunidades
judaicas retornassem para a Judéia, mas a grande maioria da população
judaica preferiria permanecer em Babilônia onde tinham uma sociedade
constituída do que retornar às vicissitudes da reconstrução de um país.
Com o
domínio romano sobre a Judéia, a maior parte
dos judeus que viviam na Judéia emigrou
para Babilônia, que se
tornou o maior centro comunitário judaico no mundo até o século XI. Ao vencerem
os partas em 226,
os persas novamente conquistam a Babilônia, mas os judeus permanecem com
uma relativa autonomia sob a liderança do exilarca ou Resh
Galuta (Príncipe
do Exílio), descendente de Davi.
No século IV é compilado o Talmud Babilônico,
e tem início a crise caraíta. A comunidade
judaica na Babilônia perdurou solidamente através da história, influenciando o
judaísmo mundial também na segunda diáspora e só deixará de existir com a
emigração dos judeus do Iraque no
século XX.
SEGUNDA DIÁSPORA
A 2ª diáspora judaica começou a partir de
nova destruição de Jerusalém e do 2º Templo (que havia sido reconstruído por
Herodes), realizada por Tito em 70 de nossa era, e encerrou-se em 135, depois
que os judeus se revoltaram com a paganização da cidade de Jerusalém, feita
pelo Imperador Adriano, com um templo dedicado a Júpiter. Após essa revolta, os
judeus remanescentes na Palestina foram proibidos de pôr os pés na Cidade
Santa, que passa a se chamar Aelia Capitolina, e começam e se espalhar por todo
o mundo, ficando um número insignificante deles na Terra Santa. Em 637, começa
o domínio árabe sobre a Palestina, permeado por um curto domínio do Reino
Latino (dos Cruzados), de 1099 a 1291, o qual foi desbaratado por Saladino,
Sultão do Egito. A partir do início do século XIV, a Palestina se torna parte
do Império Otomano, que perdurou até o fim da I Guerra Mundial (1918).
A DIÁSPORA JUDAICA NA VIDA CONTEMPORÂNEA
A partir
de 2010 o maior número de judeus que vivem em Israel (5.703.700), Estados Unidos (5,3 milhões), Rússia (900,000), França (700.000), Canadá (375 mil), o Reino Unido (295 mil) e Alemanha (120,000). Esses
números refletem a população "core" dos judeus, definido como sendo
"não inclusiva de membros não-judeus das famílias judias. As pessoas de
ascendência judaica que professam outra religião monoteísta, outros não-judeus
de ascendência judaica, e outros não-judeus, que pode estar interessado em
assuntos judaicos ". O Oblast Autônomo Judaico continua a ser um Oblast Autónomo da
Rússia . O rabino-chefe de Birobidjan , Mordechai Scheiner , diz que há 4.000 judeus na cidade
capital. O Governador Nikolay
Mikhaylovich Volkov ,
declarou que ele pretende ", apoiar todas as iniciativas valiosas mantido
pelo nosso local de organizações judaicas". A Sinagoga Birobidzhan, inaugurado em 2004 no 70º aniversário
de fundação da região em 1934. Estima-se
que 75 mil judeus vivem na vasta região
da Sibéria . As áreas
metropolitanas com as
maiores populações judaicas estão listados abaixo, embora uma fonte ao
jewishtemples.org afirma que
"é difícil chegar a números exatos sobre a população de país por país,
muito menos de cidade em cidade ao redor do mundo. Figuras para a Rússia e
outros países da CEI são apenas suposições. " A fonte citada aqui, o 2010 World Jewish Population Survey , também observa que "ao
contrário de nossas estimativas de população judaica em países individuais, os
dados aqui relatados em populações urbanas judaicas vão plenamente ajustar para
a dupla contagem possível devido a várias residências. As diferenças nos
Estados Unidos podem ser bastante significativas, na faixa de dezenas de
milhares de pessoas, envolvendo menores e regiões metropolitanas mais
importantes.
SIONISMO
CRIAÇÃO DO ESTADO
DE ISRAEL
Estima-se que 6 milhões de judeus foram exterminados nos campos de
concentração durante a Segunda Guerra Mundial.
Isso impulsionou a reconstituição de um Estado próprio, depois de quase 2 mil
anos da saída dos judeus. A diáspora terminou em 1948,
com a criação do Estado de Israel, pela ONU, sobre a Palestina. Em 1996 estimou-se que haja 7,5 milhões de judeus vivendo
em Israel, cerca de 5,5 milhões nos Estados Unidos,
700.000 mil na França, 500.000 mil no Reino Unido, 185.000 mil na Argentina, 96.700 mil no Brasil, e 75.000 mil no Chile.
As visões judaicas a respeito da diáspora (tefutzah) se misturam. Enquanto a maioria dos judeus apóia o sionismo (retorno
a Israel), outros se opõem ao conceito de moderna nação como um Estado secular e acreditam que esta só poderá existir após
a chegada do Messias, como por exemplo os Neturei Karta, a isso dá-se o nome de Movimentos
anti-sionistas. Ao ocuparem essas terras, os
judeus entraram em conflito com os já residentes, palestinos, dando início a um
conflito que continua fazendo vítimas até hoje. Com um
acordo entre Israel e os palestinos, iniciado em 1993, Gaza e algumas cidades
da Cisjordânia, como Jericó, Hebron, Ramallah e Belém, começaram a ser
transferidas para a Autoridade Palestina, porém o conflito entre Israel e os
palestinos continua até hoje, com a retomada da 2ª intifada em 2000, tendo em
vista o não cumprimento de uma agenda que previa a devolução de toda a
Cisjordânia à Autoridade Palestina, e devido à intransigência dos palestinos,
que querem fazer de Jerusalém-Oriental sua futura capital. O Sionismo, ideologia nacionalista que prega a volta dos
judeus à Palestina, começa a tomar corpo principalmente depois das perseguições
movidas contra os judeus na Rússia, devido ao envolvimento da judia Vera Figner
no assassinato do Czar Alexandre II, em 1881, e do processo na França contra o
Capitão Dreyfus, de família judaica, condenado em 1894 por um crime que não
cometera. O judeu húngaro Theodor Herzl, autor do livro Der Judenstaat (O
Estado Judeu), no qual aborda idéias de assentamentos judaicos na Palestina,
observando a intolerância contra os judeus na sociedade, especialmente o Caso Dreyfus,
organiza, em agosto de 1897, o 1º Congresso Sionista Mundial, na Basiléia,
Suíça, ocasião em que afirma: O sionismo é o movimento do povo judeu em marcha
para a Palestina; mas, o retorno à Palestina deve ser precedida pelo retorno do
povo judeu ao judaísmo. O Congresso
Sionista reuniu 204 dirigentes judeus do mundo todo e as seguintes resoluções
secretas foram tomadas em 3 dias de debates: 1) Estimular a colonização da Palestina, povoando-a de
judeus, mediante uma emigração metodicamente organizada;
2) Organizar o movimento judeu, unificando suas
formações espalhadas pelo mundo;
3) Despertar, reforçar e mobilizar a consciência
judia em todas as comunidades;
4) Atuar nos diferentes Estados para obter o apoio
e a anuência dos mesmos para o movimento sionista. (Hussein Triki, in Eis aqui
Palestina, pg. 53). Quanto a Herzl, fixou,
por sua vez, as fronteiras do Estado, como segue: vão do Nilo ao Eufrates e da
margem direita do Nilo ao Mar Vermelho e a margem esquerda do Eufrates, a maior
parte do Iraque e a totalidade da Jordânia e da Síria, sem falar, naturalmente,
da Palestina. (Hussein Triki, op. cit., pg. 67). Assim, a partir do Congresso Sionista, começa a ocupação
judaica da Palestina, a Eretz Israel ou a pátria histórica dos judeus, embora
outros países fossem propostos para a criação de um novo Estado judeu, como a
Argentina, o Chipre, o Sinai e Uganda.
Em
1880, havia cerca de 20.000 judeus na Palestina (Dictionaire Diplomatique, pg.
204). Em 1914, cerca de 30 kibbutzim já se haviam estabelecido na Palestina,
somando 40.00 judeus, embora houvesse crescente restrição dos otomanos. Em
1919, já eram 56.000 (Survey of Palestine, TI, pg. 144). Em 1923, após o
recenceamento da Administração Herbert Samuel, a Palestina contava com 757.000
hab, dos quais 83.000 eram judeus. A colonização era feita, principalmente, por
meio dos kibbutzim, colônias agromilitares de inspiração socialista. Afirmou H.
Samuel: A política que tenho a missão de implementar no nome de S. M.
compreende o fomento da imigração judia até o ponto em que haja alcançado um
nível tal que permita afirmar o direito dos judeus de criar um governo judeu na
Palestina.
Entre 1920 e 1925, a Administração H. Samuel,
em cooperação com El Kahal, havia introduzido na Palestina 50.000 imigrantes
judeus, que vieram principalmente da Rússia e da Polônia. Entre eles
destacam-se: David Ben Gurión, Golda Meir, Jacobo Shapiro, Haim Gebai, Mordkhai
Bentof, Moshe Sharet. Ao final do Mandato britânico, eram 600.000 judeus. Em
1916, os sionistas eram proprietários de 241.000 dunums (1 dunum = 1.000 m²);
em 1947, de 1.850.000 dunums. A criação do Protetorado britânico sobre a Palestina,
depois da I Guerra Mundial, realizada pela Liga das Nações (precursora da ONU),
e a posterior criação do Estado judeu, foi uma traição da Grã-Bretanha ao
acordo firmado com o Príncipe Faiçal, da Arábia Saudita, na Campanha Árabe
contra os turcos, durante I Guerra Mundial, no qual se garantia a unidade dos
países árabes e a independência de todos esses países traição essa já vislumbrada
por Lawrence da Arábia em seu livro Os Sete Pilares da Sabedoria, embora não
conhecesse o conteúdo do Acordo Sykes-Picot. Lawrence era um oficial inglês,
amigo dos árabes, e participou da campanha contra os turcos para a libertação
da Península Arábica, Palestina e Síria.
Em
1916, o acordo G.S.I. foi firmado entre os sionistas e o Comando britânico na
zona do Oriente Médio, pelo qual os britânicos armaram as brigadas da Hagganah
embrião do futuro Exército de Israel e ficaram encarregados de seu adestramento
na guerrilha.
Em
1917, David Ben Gurión e Isaac Ben Zvi formam nos EUA uma brigada de
voluntários judeus americanos para combater os turcos no Egito e na Palestina.
Durante a II Guerra Mundial, a Hagganah tinha cerca de 30.000 militares, entre
os quais Moshe Dayan, herói da Guerra dos Seis Dias, de 1967.
No
dia 2 de novembro de 1917, o Governo britânico reconheceu a Declaração Balfour
de seu Ministro do Exterior, Arthur James Balfour que concedia o direito do estabelecimento
de um lar judeu na Palestina. No entre-guerras, o Mandato britânico permitiu
aos sionistas montar uma indústria bélica, que chegou a produzir 200
metralhadoras por dia, 400.000 cartuchos calibre 9 mm por mês, 150.000 obuses e
30.000 granadas calibre 3 polegadas; sem contar os morteiros pesados e leves e
uma indústria muito adiantada de mina. (Hussein Triki, op. cit., pg. 121).
Nessa época, milhares de judeus europeus imigraram
para a Palestina, fugindo do nazismo, ocasião em que aumentaram os distúrbios
entre árabes e judeus, e surgiram os primeiros grupos terroristas judeus, como
o Irgun de Menachen Begin. O hebraico ressurgiu como língua oficial para os
judeus na Palestina, graças principalmente ao trabalho de Eliezer Ben-Iehudá.
Com
o fim da II Guerra Mundial e os horrores do holocausto judeu, o movimento
sionista passou a exercer uma maior pressão internacional para a criação de um
Estado judeu. No dia 2 de abril de 1947, a Grã-Bretanha solicitou ao
Secretário-Geral da ONU, Trygve Lie, a convocação de uma sessão extraordinária
da Assembléia-Geral da organização, para estudo da Questão Palestina. Em 28 de
abril, a AGNU reuniu-se e decidiu, em 5 de maio, criar a Comissão Palestina,
composta de representantes de 11 Estados-membros.
No final de agosto, foram apresentados 2
projetos diferentes: a) o projeto
majoritário sugeria:
1) fim do Mandato britânico;
2) proceder à partilha da Palestina e criar
nela um Estado judeu e um Estado árabe;
3) considerar a cidade de Jerusalém como zona
internacional com o patrocínio da ONU.
b) o projeto
minoritário previa:
1) fim do Mandato britânico;
2) criação de um Estado federal cuja capital
seria Jerusalém, que se comporia de um Estado árabe e de um Estado judeu.
No
dia 29 de novembro de 1947, na Assembléia-Geral da ONU, em Flushing Meadows,
EUA, presidida pelo brasileiro Osvaldo Aranha, foi votada a partilha da
Palestina, quando 33 Estados votaram a favor, entre os quais EUA, Rússia e
Brasil. Treze Estados (10 países islâmicos, Cuba, Grécia e Índia) votaram
contra a partilha e 10 abstiveram-se (entre os quais Grã-Bretanha, Argentina,
China e México). Os votos que decidiram a favor da partilha vieram do Haiti,
Libéria e Filipinas considerados países satélites dos EUA , os quais eram inicialmente
contra a partilha, mas foram pressionados a votar a favor. Jerusalém teria
status de cidade internacional. A ONU destinou aos judeus as terras mais
férteis da Palestina, como a planície costeira e a planície do Esdrelon, além
do Lago da Galiléia. Embora a população árabe, na época da partilha,
comportasse 2/3 da população total da Palestina, de 1.936.000 habitantes, a ONU
lhe destinou apenas 42,88% do território, com terras arenosas e pobres.
No
dia 19 de março de 1948, os EUA apresentaram um projeto ao CSNU, para que
fossem suspensas as atividades referente à partilha da Palestina, e que os
árabes fossem convidados a concluir um armistício. Em 24 de março, a Agência
Judia repudiou veementemente o projeto americano e que deveria ser posto fim ao
Mandato britânico em 15 de maio, e solicita ser reconhecida como Governo de
Israel.
No dia 9 de abril, ocorre o massacre de 250 palestinos
na aldeia de Deir Yasin, próxima a Jerusalém, com anciões e crianças degoladas,
mulheres grávidas estripadas. O bárbaro ato foi promovido por homens do Irgun e
do Stern, sob o comando de Menahen Begin. Terroristas judeus já haviam
assassinado 4 policiais em Tel Aviv, no dia 26 de setembro de 1947, e em 20 de
outubro do mesmo ano haviam matado o Xeque Ahmed Salama Touiki e mais 4 membros
de sua família, perto da localidade de Ranana.
No
dia 14 de maio de 1948, em Tel Aviv, David Ben Gurión leu a proclamação do
Estado de Israel. Oito horas após esse ato, o novo Estado de Israel foi invadido
por tropas árabes do Egito, Síria, Jordânia e Iraque. Após essa guerra
vitoriosa, Israel aumentou seu território em 50%. Os palestinos, em sua
maioria, fugiram para a Jordânia, onde entraram em choque com o Exército local,
culminando em 1970 num sangrento massacre de palestinos, conhecido como
Setembro Negro. Os sobreviventes foram expulsos para o Sul do Líbano, onde
Yasser Arafat montou seu quartel-general, juntamente com outros grupos de
resistência palestina.
Na
guerra de 1948, Israel arrasou vilas-fantasmas inteiras dos antigos moradores
árabes e proibiu o retorno dos mesmos após a guerra, iniciando-se a diáspora
palestina. A parte árabe da antiga Palestina, que deveria formar o novo Estado
palestino, foi anexada pela Jordânia em 1950. Israel entrou, ainda, em guerra
com os vizinhos árabes em 1956, 1967 e 1973, vencendo sempre. Em 1967, em
apenas 6 dias, Israel tomou toda a Península do Sinai, a Faixa de Gaza, toda a
margem oeste do Rio Jordão (Cisjordânia), Jerusalém-Oriental e as Colinas de
Golã, na Síria. Foi o maior território já conquistado por Israel depois de
1948, aproximando-se do Grande Israel ou Israel Bíblico sonhado por Theodor
Herzl e pelos judeus ortodoxos até os dias atuais. Nessa guerra, aumentou o
terrorismo de Israel contra os palestinos dos territórios ocupados. Muitas
aldeias foram destruídas pelos judeus, os tratores alisando o terreno, a
população tendo que fugir para escapar do massacre. As terras dos ausentes
foram confiscadas para instalação de bases militares e assentamentos agrícolas.
Formaram-se cinturões de assentamentos judeus em torno das principais cidades
da Cisjordânia, como Hebron, Belém, Ramallah, Jericó e Nablus, além de
Jerusalém. De 1967 até 1983, foram instaladas 163 colônias agrícolas
(kibbutzim) na Cisjordânia e 12 em Gaza. No Golã sírio foram estabelecidos 29
kibbutzim entre 1967 e 1980. Enquanto os colonos judeus na Cisjordânia podiam
perfurar poços artesianos de até 300 m de profundidade, os palestinos só podiam
atingir 100 m. (Félix Maier, in Egito, pg. 153 e 154) Após a Guerra do Yom Kippur, de 1973, iniciada pelo
Egito e pela Síria contra Israel, é assinado o acordo de paz de Camp David
entre egípcios e israelenses, em 1979, pelo qual Israel se compromete a
devolver a Península do Sinai ao Egito, devolução essa efetuada somente em
1982.
Em
1982, durante a invasão israelense do Sul do Líbano, houve o massacre de Sabra
e Chatila, sob a complacência do então Ministro da Defesa de Israel (hoje
Primeiro Ministro) Ariel Sharon. Cerca de 800 refugiados palestinos foram
massacrados, incluindo crianças e mulheres grávidas. Entre 1948 e 1970, mais de 1.300.000 imigrantes judeus
se instalaram na Palestina, aumentando a população judia de 700.000 para
3.000.000. A Lei do Retorno concede, ainda hoje, cidadania israelense a
qualquer judeu no exterior que chegue para viver no país. Após o fim da URSS,
houve grande fluxo de judeus russos a Israel, além de judeus africanos, como os
falashas etíopes, atraídos pela política desenfreada de assentamentos do então
Governo Yitzhak Shamir, auxiliado por seu Ministro da Habitação, Ariel Sharon,
principalmente nos territórios ocupados. Porém,
após a Guerra do Golfo, em 1991, e especialmente com a nova situação política
no Oriente Médio em direção à paz entre árabes e judeus, após o Acordo de Paz
entre Israel e a OLP de Yasser Arafat, assinado no dia 13 de setembro de 1993,
os EUA negaram um empréstimo a Israel de 10 bilhões de dólares, para congelar a
política de rápida ocupação do solo da Cisjordânia. Entre 1990 e 1993, 550.000
imigrantes se estabeleceram no Estado de Israel. Em 1994, foram apenas 78.000.
A
partir do Acordo de Paz de 1993, Israel cede a Faixa de Gaza e Jericó à
Autoridade Palestina, embrião do que deveria ser um futuro Estado palestino. Devido
a tal acordo, Yitzhak Rabin foi assassinado por um extremista judeu do Eyal, no
dia 4 de novembro de 1995, da mesma forma que Anwar El-Sadat também o fora em 6
de outubro de 1981 por extremistas da Jihad Islâmica egípcia, por assinar um
acordo similar com Israel.
Começando
a engatinhar em Gaza e Jericó, depois por Hebron, Nablus, Ramallah, Belém e
outras cidades, não se sabe se o novo Estado palestino será mesmo efetivado.
Durante a última década, houve avanços e retrocessos, mais retrocessos do que
avanços, em direção à paz entre israelenses e palestinos. Durante o Governo
Barak, Arafat deixou escapar a melhor oportunidade para enfim criar um Estado
palestino. Israel prometeu devolver 95% de toda a área da Cisjordânia, porém
Arafat só concordaria com a oferta se Israel acolhesse os refugiados palestinos
e devolvesse Jerusalém-Oriental para ser a capital de um Estado palestino. Após
uma visita de Ariel Sharon à Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém-Oriental, em
2000, teve início uma revolta palestina generalizada, a chamada 2ª Intifada,
com atentados de homens-bomba contra a população israelense se realizando quase
que diariamente, culminando, em 2002, com o ataque maciço de Israel contra
cidades da Cisjordânia e Gaza, com o objetivo de desmantelar os focos
terroristas dos fedayn. Arafat havia provado ao mundo que, além de não ter
ascendência sobre os grupos extremistas palestinos, para que não promovessem
atentados contra Israel, ainda financiava os mesmos terroristas, com a
importação de toneladas de armamento como o caso do navio aprisionado pelos
israelenses. Do outro lado da trincheira, o falcão Sharon aproveitou-se da
situação para tirar diferença com seu desafeto preferido, alisando algumas
cidades palestinas com seus tanques de guerra. Mesmo que no futuro seja criado um Estado palestino,
deve-se considerar as dificuldades da Autoridade Palestina em exercer um
controle eficaz sobre seus grupos extremistas, especialmente os homens-bomba do
Hamás e da Jihad Islâmica, além do Hizbullah que atua no Sul do Líbano, com
ataques ao norte de Israel, os quais não aceitam sequer a existência do Estado
de Israel. O lema desses grupos extremistas é significativo: A guerra
continuará até que Israel deixe de existir e até que o último judeu no mundo seja
eliminado. Por outro lado, deve haver uma disposição sincera de Israel realizar
a completa devolução da Cisjordânia aos palestinos e conter também seus
próprios extremistas. Um dos pontos da discórdia árabe-israelense continua
sendo Jerusalém, eleita para ser a capital tanto de Israel como dos palestinos.
OS
VERBETES ABAIXO COMPLEMENTAM A COMPREENSÃO DE SIONISMO E RESISTÊNCIA
PALESTINAS:
Acordo
Sykes-Picot - Acordo
secreto anglo-francês, realizado em maio de 1916, para a partilha do Mashrek
árabe (Oriente árabe), tornado público pela Revolução Bolchevique em 1917. Em
virtude desse Acordo, após o fim da I Guerra Mundial (1918), o Iraque tornou-se
dependente da Grã-Bretanha; a Palestina ficou sob Mandato britânico para ser
entregue aos sionistas; a Síria e o Líbano passaram para o domínio francês.
Campo
de concentração - Denominação que se dá a estabelecimentos que, à margem dos sistemas
penitenciários usuais, são utilizados para a detenção, suposta reeducação,
exploração de mão-de-obra gratuita ou mesmo extermínio de pessoas, por razões
ideológicas políticas e militares. Os presos eram identificados por um número
de ordem (em Auschwitz eram tatuados no braço) e um triângulo de cor costurado
nos uniformes: o verde era para criminosos comuns, o vermelho para os
políticos, o roxo para os opositores por convicção, o preto para os
anti-sociais, o rosa para os pederastas. Os judeus traziam sobre esse triângulo
um outro, amarelo e sobreposto, para representar a estrela de Davi. Havia
vários campos de concentração nazistas: Bergen-Belsen, Buchenwald, Dachau,
Dora, Flossenburg, Oranienburg-Sachsenhausen, Neuengamme, Ravensbrück
(Alemanha); Natzwiller-Struthof (Alsácia); Mauthausen (Áustria); Kaunas, Riga
(Países Bálticos); Theresienstadt (Boêmia); Auschwitz, Birkenau, Maidanek,
Stutthof (Polônia).
Declaração
Balfour - No dia 2 Nov 1917,
o Governo britânico reconheceu a Declaração Balfour de seu Ministro do Exterior
Arthur James Balfour , que concedia o direito do estabelecimento de um lar
judeu na Palestina. O texto, dirigido a Lord Rothschild, descendente da família
judia mais rica do mundo, dizia o seguinte: O Governo de S. M. vê, de modo
favorável, o estabelecimento de um lar nacional para o povo judeu na Palestina
e fará todos os esforços para facilitar a implementação deste projeto, seguro
de que tal concessão não poderá causar qualquer prejuízo aos direitos civis e
religiosos dos povos não-judeus residentes na Palestina, como também não
prejudicará os direitos e a situação política de que desfrutam os judeus em todos
os países. Ficarei muito agradecido se você transmitir essa declaração ao
conhecimento da Federação Sionista. Com o maior afeto. Assinado: Arthur James
Balfour. (Cfr. Hussein Triki, in Eis aqui Palestina, pg. 74).
Fedayn
- Suicidas
muçulmanos, os homens-bomba são empregados em atentados, especialmente contra
alvos israelenses. O atentado mais espetacular desse tipo de suicídio que se
conhece foram os aviões-bomba lançados contra as torres gêmeas de Nova York e
contra o Pentágono, no dia 11 de setembro de 2001.
Fundamentalismo - Conceito protestante que surgiu no século
XX, para defender e conservar os elementos fundamentais da fé cristã, através
da interpretação literal da Bíblia. Atualmente, refere-se ao conjunto de
ideologias que vêem, exclusivamente nos fundamentos da religião, a base para a
organização da vida social e política. Principais movimentos fundamentalistas
no mundo: 1) Fundamentalismo islâmico: teve origem na Arábia Saudita, durante o
século XVIII, com o Wahabismo, uma teoideologia radical formulada na versão
radical do Islamismo; exemplos de fundamentalismo islâmico: xiítas no Irã, após
a Revolução Iraniana de 1979, conduzida por Ruhollah Khomeini; a
Gammaat-i-Islamia no Egito; a FIS na Argélia; o Hezbollah no Líbano; o Hamás
nos territórios ocupados por Israel; a milícia Talibã no Afeganistão; 2)
Fundamentalismo hindu: como exemplo temos: a organização Shiv Sena e o Partido
Bharatiya Janata (BJP), os quais destilam seu ódio contra os demais segmentos
religiosos da Índia, especialmente muçulmanos; e os Sikhs, membros de uma seita
hindu monoteísta fundada no século XVI, que desejam fundar o Khalistão (Terra
dos Puros) em território indiano; 3) Fundamentalismo judaico: o Eyal (Força
Judaica Combatente) e o Kahane Vive.
Hagganah - Guarda Nacional judaica, instalada em cada
kibbutz na Palestina, especialmente a partir de 1920, quando a Grã-Bretanha foi
investida do Mandato sobre a Palestina, e que cresceu consideravelmente durante
a Revolta Árabe contra os judeus, de 1936 a 1938, pois a população judaica
vinda da Rússia e da Europa Oriental (especialmente depois de 1933, com a
perseguição nazista) aumentou para 29% da população palestina (dados de 1938).
O Hagganah foi o embrião do Exército de Israel e é acusado de ter raptado o
coronel nazista Adolf Eichmann, em 1960, na Argentina, com a complacência do
Governo de Frondizi.
Hamás - Entusiasmo (em árabe). Movimento de
Resistência Islâmico-Palestino. Grupo radical anti-sionista, formado em 1978 a
partir da Irmandade Muçulmana, tornou-se o principal rival da Al-Fatah nos
territórios ocupados por Israel (Faixa de Gaza e Cisjordânia), onde tem
concentrada sua força. Promove atentados suicidas contra israelenses,
principalmente a partir da 2ª Intifada.
Hizbollah - Partido de Deus (em árabe). Grupo xiíta
radical formado no Líbano, dedica-se a criar um Estado islâmico nos moldes do
Irã. É anti-Ocidente e anti-Israel e responsabilizou-se pelo atentado do
carro-bomba contra a Embaixada Israelense em Buenos Aires, em março de 1992. É
suspeito de ter atacado a Embaixada Americana e o acampamento dos marines em
Beirute, em outubro de 1983. Opera no Vale do Bekaa e Sul do Líbano. Tem
filiais em 17 países muçulmanos e agentes dormentes na Europa (sobretudo
Alemanha), nos EUA e na América do Sul. Criado pelo Serviço Secreto do Irã,
recebe desse país ajuda financeira, treinamento, armas, explosivos e
facilidades diplomáticas. Treina seus militantes no Campo de Nahavand, em
Hamadan, a Sudoeste de Teerã. Também conhecido como Jihad Islâmica, Organização
da Justiça Revolucionária, Organização dos Oprimidos sobre a Terra e Jihad
Islâmica para a Libertação da Palestina.
Iídiche - Idioma da diáspora judaica, foi utilizado
por 11 milhões de judeus Ashkenazim até o Holocausto. Era uma língua coloquial,
com mesclagem do Alto Alemão e do Hebraico, enriquecida por frases e expressões
singulares da vida de vilarejos da Europa Oriental. Os Ashkenazim eram
descendentes de tribos jázares, de antepassados russos e polacos, convertidos
ao judaísmo no curso do século VIII. O Ladino era o idioma utilizado por outra
corrente do judaísmo, os Sefaradim, uma forma arcaica do castelhano. Enquanto
ocorre um renascimento mundial do Iídiche, o Ladino perde espaço entre os
Sefaradim, maioria em Israel. Os Ashkenazim consideram-se descendentes dos
judeus do Israel bíblico, e identificam os Sefaradim como descendentes dos
judeus da Babilônia. Dentre nomes importantes, podemos destacar no mundo
Sefaradi o filósofo, médico, jurista e escritor Maimônides, o filósofo Baruch
Spinoza e o novelista Benjamin Disraeli; no mundo Ashkenazi, destacam-se Albert
Einstein, Sigmund Freud e Karl Marx, descendente de rabinos e convertido pelo
pai à Igreja Luterana.
Irgun - Organização terrorista judaica, chefiada
por Menahem Begin, desejava um Estado de Israel com as fronteiras bíblicas
originais. Na guerra de 1967, com a conquista da Península do Sinai, Faixa de
Gaza, Cisjordânia, Jerusalém-Oriental e Colinas de Golã, trouxe aquela meta
mais próxima de sua realização.
Massacre
de Deir Yasin - Na manhã de
9 de abril de 1948, houve o massacre de 250 palestinos (incluindo 100 mulheres
e crianças), na aldeia de Deir Yasin, próxima a Jerusalém. Anciões e crianças
foram degoladas, mulheres grávidas estripadas. O ato terrorista, executado por
homens do Irgun e do Stern, sob comando do chefe do Irgun, Menahem Begin, tinha
como objetivo amedrontar os árabes. Após o massacre, o restante da população de
Deir Yasin foi forçada a desfilar como animais pelas ruas de Jerusalém. O banho
de sangue de Deir Yasin foi a operação mais abjeta jamais realizada pelos
terroristas sionistas. (Arthur Koestler, escritor judeu, in Promise and
Fulfilment, Mac Millan, New York, 1949; cfr. Hussein Triki, op. cit., pg. 182)
No dia 26 de setembro de 1947, terroristas judeus já haviam matado 4 policiais
britânicos em Tel Aviv, e, em 20 de outubro do mesmo ano, o Xeque Ahmed Salama
Touiki e mais quatro membros de sua família perto da localidade de Ranana.
Naródnaya
Voliá - A Vontade do Povo:
sociedade terrorista secreta dedicada à derrubada do czarismo, que se originou
do Zemlya Volya. Existiu de 1879 até ser desbaratada em 1881, quando alguns de
seus membros participaram do assassinato do Czar Alexandre II, incluindo a
judia Vera Figner. O assassinato do Czar provocou terrível onda de perseguições
aos judeus. A partir de 1882, começou a invasão de judeus à Palestina,
especialmente atendendo ao chamado de 3 altos dirigentes sionistas: o Grande
Rabino Tzvi Hirsch Kalischer, Moses Hess e Leo Pinsker.
Protocolos
dos Sábios de Sião, Os - O texto dos Protocolos, considerado apócrifo pelos judeus, seria uma
pretensão judaica de dominação do planeta. Sergio Nilus publicou os Protocolos
dos Sábios de Sião, ou plano secreto dos judeus, pela primeira vez em São
Petersburgo, em 1902. Existe um exemplar dessa edição na biblioteca do British
Museum de Londres, com o número 3926, d. 17, registrado a 10 de agosto de 1906.
Os judeus consideram os Protocolos dos Sábios de Sião um texto apócrifo; mas,
está ao alcance de quem desejar comprovar sua autenticidade, para o que bastaria
considerar a sistuação política, econômica e social que prevalecia no seio das
sociedades humanas, principalmente na Europa, América e no Oriente Médio até
1897, e, logo, confrontar os objetivos sionistas fixados nesses Protocolos e os
meios de alcançá-los, com o que vem sucedendo desde o fim do século XIX até
hoje. A coincidência dos acontecimentos que ocorreram e ainda ocorrem com os
postulados dos PROTOCOLOS é tão evidente como espantoso(!)... tal coincidência
jamais pode ser o resultado de pura casualidade!
Sabra
e Chatila - Locais de
campos de refugiados palestinos, no Sul do Líbano, nos quais ocorreu o massacre
na noite de 16 para 17 de setembro de 1982, em área sob controle das Forças de
Defesa de Israel (IDF). Os autores do massacre foram milicianos cristãos,
liderados por aliados de Israel na invasão do Líbano, ocorrida naquele mesmo
ano. Ariel Sharon, então Ministro da Defesa de Israel, consentiu o ataque,
segundo comissão de inquérito realizada em Israel. Foram massacrados em torno
de 800 pessoas, incluindo velhos, crianças e mulheres grávidas. Elie Hobeika,
ex-ministro do Líbano, acusado de comandar as milícias cristãs nos massacres,
morreu em uma explosão de carro-bomba, junto com 3 guarda-costas, no dia 24 de
janeiro de 2002.
Stern - Grupo terrorista organizado por Menahen
Begin, israelense nascido na Rússia Branca, cujos membros assassinaram, em
1948, o Conde Folke Bernadotte (parente da família real sueca), mediador
internacional da ONU em Jerusalém, e seu assistente francês, André Serot. Begin
também chefiou o Irgun e o Partido extremista do Kahal.
ASPECTOS POSITIVOS DAS DIÁSPORAS
No exílio os judeus procuraram abandonar a
adoração de ídolos que os havia afastado de Deus. O exílio os levou a fundar
sinagogas como lugares para adoração e instrução. Os judeus de Alexandria,
Egito, traduziram o Velho Testamento para o grego, naquele tempo a língua
internacional.
Do ponto de vista cristão, a rede de comunidades
judaicas dispersas teve um significado especial. Elas proporcionaram bases
importantes para a expansão do Cristianismo para o mundo gentio que as cercava.
Assim, Deus usou as dispersões para trazer o Evangelho aos gentios (Romanos
1:11-15; I Coríntios 10:11-12).
Finalmente, as artes, ciências e humanidades foram
grandemente enriquecidas pelos judeus espalhados pela cultura ocidental. Poucos
povos suportaram tantos prejuízos étnicos como os judeus. Contudo deram ao
mundo recompensas culturais e excelência em muitas áreas. A igreja de Jesus
Cristo se tornou um "novo Israel" e uma "raça eleita" (I
Pedro 2:9). Mas o testemunho da história e da Escritura indica que Deus ainda
tem um único interesse nos judeus.